100 dias de Eduardo à frente da Prefeitura: revolução ou retrocesso?
- Wasthen Menezes
- 10 de abr.
- 3 min de leitura
De promessas de mudança a uma sequência de problemas sem resposta: os primeiros 100 dias de Eduardo à frente da Prefeitura de Palmas revelam mais desculpas do que ações concretas.

Janeiro – Um Início Polêmico
13/01 – Câmara aprova reajuste do IPTU sem debate com a população
Logo nos primeiros dias da gestão, a Câmara de Palmas aprovou o reajuste do IPTU sem qualquer audiência pública ou diálogo com a sociedade. A medida pegou os moradores de surpresa e gerou revolta diante do aumento de impostos em plena crise econômica.
23/01 – Secretário da Casa Civil vira réu em ação sobre interferência na Polícia Civil
Rolf Vidal, braço direito do prefeito Eduardo, tornou-se réu acusado de interferência na Polícia Civil. A revelação manchou o discurso de ética e transparência da nova gestão.
28/01 – Motorista é exonerada após tentar ajudar cadeirante
Um caso que comoveu a cidade: uma motorista de ônibus foi demitida pela Prefeitura após prestar auxílio a um cadeirante. O episódio levantou críticas sobre a desumanização das decisões administrativas.
Fevereiro – Transporte em Colapso
06/02 – Prefeitura fecha contrato emergencial de R$ 23 milhões sem licitação
A gestão assinou um contrato milionário sem licitação para o transporte público. A justificativa foi urgência, mas o ato levantou suspeitas sobre falta de transparência.
17/02 – Protestos e atrasos no transporte público
Moradores revoltados bloquearam avenidas após enfrentarem atrasos de até uma hora na Estação Apinajé. O transporte coletivo seguiu como o maior problema da cidade — sem solução à vista.
26/02 – Prefeitura responsabiliza dívida de R$ 35 milhões por crise no transporte
Ao invés de soluções, a gestão continuou atribuindo à administração anterior a responsabilidade pelo colapso do transporte, citando uma suposta dívida herdada.
27/02 – Servidores denunciam assédio moral e condições precárias nas escolas
Relatos de servidores temporários denunciaram abusos, assédio e estrutura inadequada nas unidades escolares municipais.
Março – Avanço da Crise Social
07/03 – Restaurante Comunitário segue fechado mesmo com obra pronta há mais de um ano
Apesar da estrutura finalizada, o restaurante comunitário segue fechado. A nova gestão completou 100 dias sem sequer inaugurar o espaço, deixando a população vulnerável sem acesso à refeição de qualidade e preço justo.
17/03 – CAPS sem medicamento, grávidas exoneradas e silêncio sobre morte de animal público
Faltam medicamentos nos Centros de Atenção Psicossocial, servidoras grávidas foram demitidas e o caso da morte de um macaco em área pública foi ignorado. Tudo isso enquanto a Prefeitura insiste em apenas culpar a gestão anterior.
18/03 – Proibição da distribuição de Bíblias nas escolas causa revolta
Com apoio de aliados do PT, a gestão proibiu a distribuição de Bíblias nas escolas municipais, reacendendo o debate sobre laicidade e liberdade religiosa em instituições públicas.
26/03 – MP investiga uso irregular do Parque da Pessoa Idosa
O Ministério Público abriu investigação sobre uso indevido do Parque da Pessoa Idosa, apontando suspeitas de irregularidades por parte da Prefeitura.
Abril – A Insatisfação Ganha as Ruas
01/04 – CPI do transporte é cancelada após pedido de Eduardo
Uma comissão que investigaria o transporte público foi barrada a pedido do próprio prefeito. A medida blindou a gestão de uma apuração que poderia revelar falhas sérias.
03/04 – Pais bloqueiam trânsito por falta de professores nas escolas
Em um ato de desespero, pais de alunos paralisaram o trânsito em horário de pico exigindo professores nas salas de aula. A imagem de caos e descaso com a educação pública se espalhou pelas redes sociais.
Com 100 dias completados, a gestão de Eduardo Siqueira Campos coleciona escândalos, insatisfação popular, promessas não cumpridas e uma insistente tentativa de culpar o passado por erros do presente. Se, por um lado, a educação está sangrando, é necessário estancar o sangramento para depois tratar a ferida. Limpar a cidade é importante, obrigação essencial, mas para ir até as praças inauguradas pela Prefeitura, é necessário um transporte público digno. Além disso, as praças inauguradas não enchem a barriga de quem ansiosamente aguarda pela abertura dos restaurantes comunitários.
A população de Palmas já não espera explicações — espera ações.
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