Espetáculo jurídico ou perseguição política? Aos 70 anos na UTI, Bolsonaro é intimado pelo STF
- Wasthen Menezes
- há 9 minutos
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Jair Bolsonaro, 70 anos, hospitalizado e em recuperação de uma cirurgia intestinal, foi intimado nesta quarta-feira (23) por oficiais de Justiça para responder sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. O episódio não surpreende mais o Brasil de hoje — onde decisões judiciais ganham contornos de teatro político e a justiça, ao invés de equilíbrio, passa a simbolizar poder.
Não se trata aqui de defender culpados ou inocentes. Trata-se de questionar a motivação e o momento. Qual a urgência em intimar um homem debilitado em um leito de hospital? Não havia risco de fuga. Havia, no máximo, uma live com críticas feitas na véspera. E isso parece ter sido o estopim.
O gesto é simbólico. A imagem de um ex-presidente sendo intimado na UTI não é fruto do acaso — é uma mensagem. Forte, calculada e, acima de tudo, política.
O processo, até aqui, se sustenta em interpretações amplas, encontros, discursos e ilações. Nada de arsenal de armas, nada de planos detalhados. Ainda assim, crimes como “organização criminosa armada” e “abolição violenta do Estado Democrático de Direito” já são tratados como verdades absolutas.
Quando a Justiça se presta a espetáculos, abre mão de sua essência. O STF deveria ser guardião da Constituição — mas quando encena poder em vez de exercê-lo com responsabilidade, compromete sua legitimidade.
Intimar um idoso na UTI não é apenas um ato questionável. É um alerta. Não sobre Bolsonaro, mas sobre o rumo que a Justiça brasileira decidiu tomar.
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