Na última quinta-feira (16), o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), oficializou a nomeação do delegado Bruno Sousa Azevedo, presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (SINDEPOL), como secretário da Segurança Pública do estado. A decisão gerou revolta em sindicatos de diversas categorias da Polícia Civil e provocou a convocação de uma reunião emergencial para esta sexta-feira (17), às 13h, na sede do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (SINPOL-TO), em Palmas.
Nomeação polêmica e insatisfação generalizada
A escolha de Bruno Azevedo, figura controversa entre os servidores, ocorre em meio a um histórico de descontentamento das categorias da Segurança Pública. Durante sua gestão no SINDEPOL, os delegados conquistaram um aumento salarial de 20,95%, enquanto as demais categorias da Polícia Civil receberam apenas 13,5%. Além disso, Azevedo foi crítico da criação do cargo de Oficial Investigador de Polícia, uma demanda importante para a valorização dos servidores que não pertencem à elite da carreira policial.
Ubiratan Rebello, presidente do SINPOL-TO, condenou a nomeação, chamando-a de "um ato que reflete vaidades pessoais, comprometendo o equilíbrio e a valorização dos servidores que estão na linha de frente do combate ao crime".
Silvio Jaca, presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Tocantins (SINDIPERITO-TO), também se posicionou contra, destacando o risco de que a pasta se torne "um instrumento para atender exclusivamente aos interesses dos delegados".
Governador enfrenta sindicatos com postura firme
Fontes sigilosas afirmam que, em reuniões internas, Wanderlei Barbosa teria afirmado que "não tem medo de sindicatos", indicando que a nomeação de Azevedo foi uma decisão pessoal e estratégica. Essa postura intensificou os ânimos entre as categorias, que já vinham enfrentando dificuldades em negociações com o governo.
Mobilização sindical nesta sexta-feira
Diante da nomeação, os sindicatos SINPOL-TO e SINDIPERITO-TO convocaram uma Assembleia Geral emergencial para hoje, às 13h, em Palmas. Além das duas entidades, outras como AGEPOL, AEPTO, FEAPOL e FEIPOL-CON também participarão. A reunião discutirá os impactos da decisão e possíveis ações para pressionar o governo a reconsiderar a escolha.
A Secretaria de Segurança Pública vinha sendo conduzida interinamente pelo secretário-executivo Reginaldo Brito desde 1º de janeiro, após o ex-secretário Wlademir Costa Mota Oliveira deixar o cargo no final de dezembro.
Com sindicatos insatisfeitos e servidores mobilizados, o embate entre o governo de Wanderlei Barbosa e as categorias da Segurança Pública promete novos desdobramentos nos próximos dias.
Ocorre que conforme mostrado em matérias anteriores, caso a polícia resolva paralisar [motivos legais não faltam] o Tocantins corre um sério risco de perder a estabilidade na segurança pública, que em 2025 vem mostrando não estar boa das pernas.
Comments