Tragédia Anunciada: Ponte Desaba no Tocantins e Superintendente do DNIT Já Foi Preso por Corrupção
O desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, conhecida como Ponte de Estreito, sobre o Rio Tocantins, na divisa entre o Tocantins e o Maranhão, no último domingo (22), deixou pelo menos duas pessoas mortas e 16 desaparecidas. A estrutura de 533 metros, construída na década de 1960, era alvo de denúncias sobre suas condições precárias, feitas por moradores e motoristas que utilizavam a travessia.
No momento do colapso, um vereador gravava um vídeo para expor rachaduras na ponte. O acidente derrubou quatro caminhões, três carros e três motocicletas no rio, provocando uma tragédia que muitos já consideravam previsível devido à falta de manutenção.
A responsabilidade pela conservação da ponte é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). No Tocantins, o superintendente responsável é Renan Bezerra de Melo, nomeado em 2023 durante o governo Lula e indicado ao cargo pelo deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO).
Histórico Controverso
Renan Bezerra de Melo já esteve envolvido em investigações. Em 2017, foi preso na Operação Ápia, conduzida pela Polícia Federal, que investigou fraudes em licitações e contratos de obras no Tocantins. Segundo o Ministério Público Federal, o esquema desviou mais de R$ 200 milhões em recursos do BNDES.
O processo foi transferido para a Justiça Eleitoral em 2020, após suspeitas de que parte dos valores teria sido usada para financiar campanhas políticas. Melo continua sendo réu no caso, que tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO).
Respostas Oficiais
Após o desabamento, o ministro dos Transportes, Renan Filho, esteve no local e prometeu acelerar a reconstrução da ponte. No entanto, a tragédia levanta questionamentos sobre a responsabilidade do governo federal e do DNIT na manutenção de infraestruturas críticas.
A população e autoridades locais exigem investigação e responsabilização dos envolvidos. Enquanto isso, as buscas por desaparecidos continuam, e a tragédia expôs novamente os riscos de negligência e falta de manutenção em obras públicas essenciais.
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